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Engenharia de Materiais: definição, faculdades, carreira e salários 

A Engenharia de Materiais visa o estudo, desenvolvimento e melhoramento de materiais existentes ou novos, aprimorando processos e custos de manufatura que são utilizados em todos os tipos de produtos.

A Engenharia de Materiais está presente nas indústrias, seja automobilística, têxtil, siderúrgica, biomédica, petroquímica e demais cadeias produtivas, além de outros setores como a construção civil e meio ambiente.

Profissional engenheiro de materiais averigua sola de sapatos dispostos em fileiras

História da Engenharia de Materiais no Brasil

No Brasil, a Engenharia de Materiais começou a se desenvolver como profissão na década de 1970. Até este período, os materiais metálicos eram os mais utilizados pelos setores industriais, enquanto os polímeros e os cerâmicos ficavam em segundo plano. Quem trabalha com o processamento e desenvolvimento dos insumos eram os Engenheiros Metalúrgicos.

Foi no ano de 1970, que a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) instituiu a primeira graduação de Engenharia de Materiais do país e da América Latina, visando atender as demandas do mercado de uma forma mais abrangente, formando profissionais com conhecimento de outros grupos de materiais para além dos metais.

Somente seis anos após a criação da primeira graduação no Brasil, o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) regulamentou o exercício e as atividades dos profissionais de Engenharia de Materiais, através da resolução Nº 241, de 31 de julho de 1976.

O que faz um engenheiro de materiais? 

O engenheiro de materiais pode atuar em todas as etapas de produção de um produto, desde a seleção da matéria e componentes (com a análise de estruturas, propriedades e comportamento dos mesmo em temperaturas e ambientes diversos, por exemplo), os processos fabricação (analisando custos, metodologias e técnicas adequadas), e por fim, atestar os testes de qualidade e segurança da mercadoria antes de entregar ao consumidor final. Ele também deve avaliar os impactos da manufatura e descarte do produto na natureza.

Proponho que pense sobre o seu celular enquanto lê este artigo.

Um engenheiro selecionou os materiais para integrar a placa eletrônica, que é formada por mais de uma classe de materiais, com camadas de vidro e plástico, além dos materiais metálicos em suas trilhas, estes últimos responsáveis por conduzir energia para o aparelho funcionar.

Imagine que você mora na Islândia, em que frio é rigoroso e os termômetros chegam a marcar temperaturas negativas. Provavelmente precisaria de um tecido para manter seu corpo aquecido sem gerar um volume exagerado que possa atrapalhar sua movimentação.

Neste caso, um engenheiro de materiais pode buscar ou desenvolver estruturas para compor as fibras do tecido e que tenham propriedades térmicas para evitar a perda de calor entre o corpo e o ambiente gelado.

Agora deu para entender como a Engenharia de Materiais pode contribuir com as demandas do consumidor?

Em suma, os engenheiros desta área estudam, produzem e aprimoram sistemas, produtos, técnicas de processamento, gestão de custos, qualidade e outras procedimentos que envolvem a pesquisa e fabricação de materiais.

Além disso, também podem atuar como pesquisadores, desenvolvendo estruturas inovadoras baseando-se na composição de matérias-primas já existentes.

Formação do Engenheiro de Materiais: Universidades e disciplinas

Sala de aula com estudantes de engenharia de materiais

Para se tornar um profissional da área de Materiais é fundamental ingressar em uma graduação de Ciência e Engenharia de Materiais. Os cursos no Brasil geralmente duram 10 semestres (5 anos).

No entanto, egressos de outras engenharias também podem se especializar em Materiais, sem a necessidade de ingressar em outra graduação. Há a possibilidade de cursar uma pós-graduação, seja nas modalidades lato, cursos de especialização como MBAs, ou stricto sensu, por meio de programas de Mestrado e/ou Doutorado.

Quais são as melhores faculdades de Engenharia de Materiais no Brasil? 

É importante que o interessado em se tornar um engenheiro de materiais consulte na plataforma e-MEC no site do Ministério da Educação (MEC) se as instituições que disponibilizam a formação são reconhecidas e têm credibilidade, já que esse fator que pode sim influenciar no aprendizado e carreira do futuro engenheiro.

De acordo com dados atualizados do órgão, 44 cursos de instituições credenciadas a pasta oferecem a formação, sendo 36 públicas e 8 privadas, nas modalidades presencial e a distância.

Abaixo, confira a lista de cursos bem avaliados pelo MEC com base no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes de 2017 (Enade):

Universidade Federal De São Carlos (UFSCar) – São Carlos (SP)

Universidade Estadual Paulista Júlio De Mesquita Filho (Unesp) – Guaratinguetá (SP)

Universidade Federal Da Paraíba (UFPA)- João Pessoa (PB)

Universidade Federal Do Rio Grande Do Sul (UFRGS) – Porto Alegre (RS)

Universidade Federal De Santa Catarina (UFSC)- Blumenau (SC)

Universidade Federal Do Rio De Janeiro (UFRJ) – Rio de Janeiro (RJ)

Universidade Tecnológica Federal Do Paraná (UTFPR) – Londrina (PR)

Universidade Federal De São Paulo (Unifesp) – São José dos Campos (SP)

Centro Federal De Educação Tecnológica De Minas Gerais (CEFET) – Belo Horizonte (MG)

Universidade Federal De Itajubá (Unifei) – Itajubá (MG)

Universidade Federal Do ABC (UFABC) – Santo André (SP)

Vale ressaltar que não são todas as instituições de ensino superior brasileiras que participam das avaliações do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), como por exemplo, a Universidade de São Paulo (USP), que adota outro modelo de avaliação de cursos.

Como funciona a grade curricular da Engenharia de Materiais?

A grade curricular do curso de Engenharia de Materiais pode variar de acordo com a instituição de ensino que oferta o curso. Nos primeiros semestres da graduação, o aluno de materiais depara-se com matérias como Química, Física e Cálculo, além de disciplinas que abordam Ecologia e Computação.

Nos anos seguintes, o curso afunila o conteúdo para o estudo dos materiais e seus três tipos principais: Metais, Polímeros, Cerâmicas, além dos Compósitos, porém, estes são um gênero diferenciado, sendo a junção de duas ou mais classes de materiais diferentes em escala macroscópica.

Além das matérias obrigatórias do curso, o universitário também deve cursar as cadeiras optativas que direcionam o estudante para sua futura área de atuação.

Abaixo, um exemplo e comparação das disciplinas obrigatórias que integram as grades do curso de Engenharia de Materiais da UFSCar e da USP: 

Mercado de trabalho: carreira, campos de atuação e salário

Engenheiros montam projeto de materiais

Caso o profissional formado em engenharia de materiais deseje atuar como engenheiro, este deve obter o registro profissional na unidade do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea) do estado em que pretende trabalhar.

Onde o engenheiro de materiais pode atuar? 

A engenharia de materiais é uma área ampla e abrangente, pois os materiais se encontram presentes em diversos produtos, ferramentas, serviços e processos.

Como engenheiro ou pesquisador, o profissional pode atuar em indústrias, universidades, laboratórios privados, como perito ou consultor, prestando serviços como profissional autônomo ou empreender, com seu próprio negócio de desenvolvimento ou aprimoramento de materiais ou produtos.

Dentro as possibilidades citadas, a indústria se destaca como a que mais absorve profissionais.

Alguns os campos de atuação na indústria estão as áreas:

* Pesquisa e Desenvolvimento

* Controle de Qualidade

* Produção e processos industriais

* Manutenção

* Comercial e vendas

* Assistência técnica

* Meio Ambiente e sustentabilidade

Exemplo de rotina profissional de um engenheiro de materiais

As áreas de atuação de um engenheiro de materiais são amplas. Um exemplo comum da rotina profissional do engenheiro deste campo é atuando na determinação das propriedades mecânicas de um produto ou material.

Ele pode investigar, por exemplo, o quando de força um cabo ou corda suporta até se romper. Para determinar as propriedades mecânicas de rompimento, pode-se utilizar um equipamento denominado Máquina Universal de Ensaio, conforme ilustrado na figura abaixo:

Na imagem, duas máquinas universais de ensaios usadas em ensaios mecânicos de tração

Este instrumento realiza uma gama de ensaios. Uma das avaliações é o ensaio de tração. Neste processo, o equipamento “puxa” (alonga) o cabo ou corda até o rompimento do material. A máquina possui um dispositivo que mede a quantidade de força necessária para romper o cabo ou corda durante o procedimento. Abaixo temos um vídeo que ilustra o ensaio:

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Assim, ilustramos como um engenheiro de materiais determina o quanto de força suporta um cabo ou corta até que esse se rompa. Determinar quanto um material suporta de força até seu rompimento é importante para o dimensionamento correto dos produtos e para evitar acidentes.

Quanto ganha um engenheiro de materiais?

O salário do engenheiro de materiais é em média um pouco mais elevado que o de profissionais de outras engenharias, como da Civil e de Produção, por ser uma mão-de-obra especializada considerada escassa no mercado.

A média salarial no Brasil é de cerca de R$ 7,9 mil de acordo com o Vagas, site especializado em carreiras e empregos.

No entanto, o valor pode variar entre R$ 5,2 mil e R$ 10,4 mil, dependendo do piso salarial de cada estado e o nível de experiência do profissional.

Livros sobre Engenharia de Materiais 

Caso você tenha gostado e queira conhecer mais sobre esse assunto recomendamos o livro “Engenharia de Materiais para Todos”publicado pela Editora da Universidade Federal de São Carlos (EdUFSCar). O material foi escrito e organizado por profissionais e professores desta engenharia, direcionado para estudantes do Ensino Médio e graduandos que estão nos anos iniciais de cursos de Engenharia no geral.

Para aqueles que queiram entender fundamentos e conceitos mais aprofundados recomendamos o livro “Ciência e Engenharia de Materiais – Uma Introdução”, da editora LTC, escrito por William Callister e David Rethwisch.

Leia também outros textos relacionados ao tema:

Ensaio de Tração

Neste artigo serão abordados os conceitos principais para o entendimento e para a realização do Ensaio Tração, saiba mais.

Ensaio de Flexão

Neste artigo serão abordados os conceitos principais para o entendimento e para a realização do Ensaio de Flexão, saiba mais.

Ensaio de Compressão

Neste artigo serão abordados os conceitos principais para o entendimento e para a realização do Ensaio de Compressão, saiba mais.

Máquina Universal de Ensaio

Neste artigo serão abordados os conceitos principais para o entendimento da máquina universal de ensaios, saiba mais.

 

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